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Esperamos saciar a fome de saber receitas simples, dicas de culinária e trocando experiências de quem nos visitar!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Improvisando uma boia! Carne na farofa!

Há mais ou menos 23 anos, saímos - Elton, Evandro, Dodô e eu - para uma pescaria em terras do João Pedro, meu vizinho. Terras baixas de arroz vizinhando com a Lagoa do Casamento e por onde entrava, terra adentro um canal muito piscoso. Batemos com as fuças na porteira. Estava trancada e o JP não estava. O Evandro lembrou de um outro fazendeiro, mais adiante, que conhecia o seu falecido pai e o falecido pai do Elton. Carneadores os dois, conheciam todo mundo daquelas paragens pelos negócios que faziam com gado.  Demos uma tentiada e nos apresentamos o proprietário. Conseguimos a pescaria. Fomos até a orla da lagoa e ficamos acampado perto de uma base de bomba de irrigação desativada onde tinha uma reentrância que serviria de fogão e churrasqueira. Já era meio da tarde, quando o pessoal saiu para colocação das redes, espinhéis e linhas de espera. Fiquei para arrumar lenha, ajeitar o acampamento e fazer um arroz carreteiro para esperá-los por volta das nove horas da noite.
Ao perguntar o que precisava levar, no dia em que marcamos a pescaria, o Dodô ficou de levar as coisas para o carreteiro, menos a carne. A carne foi comprada por mim. Uma peça inteira de vazio da costela. Comprei também, um pacote de farinha de mandioca, duas cebolas e três tomates pois gosto de uma salada para acompanhar o carreteiro. O carreteiro gosto de fazer só com a carne/charque e o arroz. Cada um levaria a sua bebida - canha, cerveja, vinho, etc. Juntei lenha, montei um toldo improvisado, arrumei um plástico preto como base da cama e coloquei, sem arrumar as cobertas. Fiz o fogo, coloquei dois espetos-grelha, um ao lado do outro e coloquei a chaleira para aquecer a água. Peguei um lambarizeiro e pesquei alguns lambaris para isca e posicionei cinco linhas de fundo.  Pelas oito da noite, coloquei a panela no fogo e fui procurar os mantimentos para o carreteiro.  Primeiro o óleo. Revirei todo o carro, nada. Bem não me aperto, pensei. Peguei a carne e limpei-a tirando o excesso de gordura e ia colocando na panela para obter a gordura indispensável para o carreteiro. Aproveitei e já piquei a carne em uma quantidade generosa.
Procurei o arroz. Nada. Me sentei com uma purinha do lado matutando o que fazer.
Já estava iniciado o cozimento da carne. Coloquei os tomates e a cebola  picados juntos com ela para dar um gostinho. Iria fazer o guizado com um molho pra comer com pão. Ironicamente, levaram um vidrinho com pimenta e alho no vinagre, cheguei a rir quando achei. O troço ia ficar pobre mas, gostoso. Procurei o sal, não tinha. Bueno tinha sal grosso. Dissolvi num copo com água quente e fui adicionando aos poucos.
Ao fim de tudo, olhei para a panela e vi que não mataria a fome de todo mundo.
As vezes temos a solução nas mãos e não nos damos conta. Ao levar o copo de canha à boca, meus olhos passaram pelo pacote de farinha de mandioca. Eureka! Vou engrossar o pirão! Isso dito, isso feito. Fui colocando aos poucos e mexendo até que ficou molhadinho mas consistente. Provei o sal, corrigi com mais água salgada, arredei a panela para um lado e fiquei saboreando uma caipirinha. Quando escureceu liguei o Lampião para servir de orientação ao pessoal me aboletei numa cadeira e esperei.
O cheiro está bom! O grito no meio da noite e os loucos-de-fome apareceram! Ao olhar a panela tiveram uma decepção e veio uma enxurrada de questionamentos. Por que não fez o carreteiro? Que bosta é essa?
Estamos loucos de fome e não tem comida. Respondi: vocês fazem a cagada e eu que pago o pato? Cade o arroz, o sal, o óleo? Foi o que deu para fazer! O Elton, o mais glutão de todos, não vou passar fome e serviu de duas colheres somente. Eu sabia o que tinha feito e me servi normalmente. Os outros ficaram resmungando. O Elton deu a primeira garfada, arregalou os olhos pra mim e disse: Tá bom!!!! Correu a servir-se mais. Os outros se animaram e serviram-se também. Modéstia a parte, tinha ficado excelente e por pouco não foi pouca boia.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Torta de Carne.

Pois na quinta feira passada a filhota mais nova e recém casada, veio nos visitar. Resolvi preparar um prato que aprendi com meu amigo e colega de serviço Gediel, há mais de 15 anos! Rocambole de carne. Modifiquei um pouco a receita e o formato e transformei em torta de carne! Mania de véio que quer inventar coisas novas em cima de coisas véias.

Como preservo minha saúde e sei que este prato é muito calórico, pelo menos num item consegui baixar o nível de gordura: no guisado. Comprei carne de primeira com osso que estava na promoção, desossei, tirei gorduras e aponevroses, moí e consegui um boi ralado de primeira qualidade. Uma arroz branco soltinho e salada de alface temperada com pouco sal, azeite de oliva e vinagre balsâmico pra completar e deixar filhotona contente.

Vejam a foto dessa maravilha:


Vamos à receita.

Torta de Carne.

1kg de guisado
1 pacote de sopa de cebola (sopa pronta em pó)
300 gr de presunto
300 gr de queijo mussarela
forma

Modo de fazer:
Misture bem o guisado com o conteúdo do pacote de sopa de cebola, amassando bastante para dar liga.
Deixe descansar uns 10 minutos para que o tempero aja.
Se for fazer rocambole, utilize um pedaço de plástico de sacola e espiche metade da carne de maneira que caiba na forma. Coloque uma camada de queijo e outra de presunto. Vá enrolando com o auxílio do plástico. Repita com a outra metade. Unte com óleo uma forma ou prato refratário e coloque os dois rocamboles. Asse em forno inicialmente alto e depois no forno médio - 20 minutos cada. Estará pronto.

Se for fazer a torta, fica mais fácil ainda: unte a forma ou prato refratário e espiche a metade da carne no fundo do mesmo. Cubra com uma camada de queijo e outra de presunto. Por cima espiche a outra metade e repita a colocação dos frios. O mesmo tempo para assar.

Alternativas:
Ao invés de sopa de cebola tempere ao seu gosto e imaginação. Gosto por exemplo de temperá-lo como se fosse fazer almôndegas, com alho, tempero verde, tempero pronto e chimichurri.

Gosto de fazer uma "cama" com rodelas de tomate e cebola.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Peito de frango guizado ao molho do Carvalho

Perguntaram-me  por que coloco sempre uma historinha junto com as receitas. Primeiro como não sou Chef, nem Gourmet, não tenho a pretensão de criar receitas ou transmitir novas técnicas culinárias. Faço o "trivial variado" quando estou de bom humor. Muitas e muitas vezes não dá certo e nas próximas vezes tento acertar e isso é que o gostoso. Outras vezes acerto muito bem e a turma de meu convívio me pede para faze-lo de novo e aí sai uma porcaria. Para ser Chef  há que ter uma constância. Segundo, como o blog é um espaço para comunicação com alguns poucos amigos, trago uma velha tradição de uma família de contadores de causos. É isso que tento fazer para que as invenções fiquem mais saborosas e mais palatáveis.
Ontem foi um dia especial, estava com vontade de cozinhar e desobriguei a patroa do afã culinário. Na verdade foi uma troca, fiz a comida em troca da lavagem de louça. A patroa queria massa parafuso, arrozinho branco soltinho e galinha. Havia sobrado mais que meio peito dos filés anteriores. Cortei-o em cubos  coloquei tempero pronto (há alguns bem bons e equilibrados), um pouco de adobo, uma pitadinha de açúcar (retira a acidez), suco de meio limão bergamota (perguntaram-me que limão é esse e resolvi colocar uma foto deles), uma folhinha de sálvia bem picadinha e 3 dentes de alho. Deixei de molho (marinar) por cerca de meia hora. Refoguei em óleo bem quente. Acrescentei uma cebola média picada e dois tomates. Tudo bem refogado, coloquei 250 g de massa de tomate e acrescentei mais água para dar volume. Para harmonizar o sabor, 2 folhinhas de manjericão e salsinha a gosto. Fácil não? Olha o resultado:
Esse é o almoço que preparei para minha prenda.

Para que te prenda Prenda!

Limão Bergamota, Limão Cravo ou Limão Limpa-Tacho...

Cada região do Brasil tem um nome para ele.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Filés de frango.

Hoje a minha nega véia/nova pediu-me mui amavelmente: - Vá para a cozinha e prepare os filés de frango já que não fazes nada mesmo. Ah não teve dúvida, respondi no mesmo tom: - Já vou meu amorzinho, agora mesmo minha flor, a mais linda da querência. E quem disse que atitude não é tudo na vida? Assim que perdi um pouco da inspiração e estava ficando uma porcaria o almoço da minha amada.
Batendo os cascos, botei muito óleo na frigideira e logo pensei "lá vem cascudo de novo". Botei muito tempero pronto sem pimenta e com meus botões "salguei, mais um ou dois petelecos". Deixei dourar bem de um lado e de outro e para aproveitar o óleo do refogado e para tirar um pouco do sal, cortei meia cebola grande e coloquei por baixo dos filés com um pouco d'água e e caldo de meio limão bergamota. Acabou o cozimento. Desliguei. verifiquei o arroz soltinho que minha patroa fez. Provei o feijão e tava o almoço pronto.
Apresentei isso para a minha patroa:

Ainda não havia comido em todos os meus 65 quase 66 anos filé de frango acebolado. Fica o registro. Ficou muito bom. Só faltou uma novidade que o pessoal anda colocando mas que eu passo: uma a duas colheres de maionese pronta.
Filé de Peito de Frango Acebolado
Receitinha facinha facinha (até eu faço, obrigado mas faço): tempo de preparo: +- 25 min.

Filés suficientes para o número de pessoas da refeição.
Um fio de óleo suficiente para que não grude na frigideira.
Antes de colocar os filés, tempere-os com o tempero de sua preferência.
Quando virar de lado, coloque o caldo de meio limão.
Estando pronto e dourado dos dois lados, coloque a cebola e um pouco d'água para formar o molho.
Com as cebolas cozidas, desligue o fogão e acrescente, se quiser e puder, a maionese.